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Sonangol diz ter poupado USD 240 milhões nos últimos cinco meses(Noticia)


A nova administração da Sonangol, liderada desde Junho por Isabel dos Santos, anunciou ontem que tomou medidas que permitiram poupar USD 240 milhões nos primeiros cinco meses em funções.
A informação consta de um comunicado da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), numa altura em que o Tribunal Supremo está a analisar uma providência cautelar contra a nomeação de Isabel dos Santos para o cargo de presidente do conselho de administração da empresa, por decisão do Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
“Estas medidas são críticas e o conselho de administração está a trabalhar com todos os colaboradores na identificação e na execução de novas acções de optimização”, lê-se no comunicado, sobre as poupanças que a administração de Isabel dos Santos afirma ter feito nos primeiros cinco meses em funções.
Essas acções, no âmbito do processo de reestruturação, visam “tornar a Sonangol uma empresa mais eficiente e eficaz, diminuindo custos, racionalizando recursos e optimizando processos”.
As poupanças foram feitas, lê-se ainda, com medidas de contenção de custos e de reforço de eficiência para aumentar a rentabilidade no negócio de petróleo e gás, como o “cancelamento de contratos de ‘shipping’ não prioritários”, a optimização do número de navios rebocadores e de cabotagem ou o início da distribuição de produtos derivados do petróleo por transporte ferroviário, entre Lobito e Luena.
Foram ainda negociados ou cancelados contratos a nível central e nas subsidiárias do grupo Sonangol, bem como revistos modelos de operação e promovida a “racionalização de diversos gastos e consumos considerados supérfluos”.
Em termos de investimentos, “com foco na sustentabilidade e na criação de valor para a economia angolana”, foi feita a reavaliação dos investimentos na refinaria do Lobito e no terminal oceânico do Dande, “para assegurar a viabilidade a longo prazo dos investimentos”.
A empresa, totalmente estatal e fortemente afectada financeiramente pela crise da cotação de petróleo no mercado internacional, refere que foi também definido, neste período, um plano de negócios e um processo de compras e contratação de serviços, “observando a nova lei da contratação pública e as melhores práticas”.
A Sonangol afirma igualmente ter identificado áreas da empresa para reforço das competências e arrancou com o “recrutamento interno e externo para colmatar as lacunas identificadas”.
No plano interno, foram criados dez comités de gestão por área de acção, envolvendo administradores e directores, para, conjuntamente, “definir, avaliar e acompanhar a implementação de iniciativas que contribuam para o aumento da rentabilidade, da produção e da segurança da empresa”.
Além disso, realizaram-se “cerca de 40 encontros entre administração e colaboradores, envolvendo mais de 6.000 colaboradores, não só para esclarecer dúvidas quanto às acções em curso e apresentar o novo modelo do sector petrolífero, mas também para ouvir sugestões”.
“O novo conselho de administração da Sonangol abraçou este desafio de transformação com entusiasmo e com o compromisso de melhorar a eficiência, aumentar a rentabilidade, a transparência da gestão e preparar a empresa para o novo modelo do sector petrolífero Angolano”, lê-se no comunicado.

Isabel dos Santos disponível para a Justiça


Isabel dos Santos disse ontem que está disponível para prestar “todo e qualquer esclarecimento” na Justiça, sobre a sua nomeação para presidente do conselho de administração da Sonangol, mas afastou um cenário de saída voluntária da concessionária petrolífera estatal.
A empresária falava a propósito da providência cautelar que está a ser analisada no Tribunal Supremo, interposta em Junho por um grupo de advogados, logo após a sua nomeação, pelo presidente, José Eduardo dos Santos, visando travar esse processo, ao abrigo da Lei da Probidade Pública, por se tratar da filha do chefe do Estado.
“Como cidadã angolana acredito na Justiça e acredito na existência da legalidade. E estou na disposição da Justiça e do meu país para responder a toda a qualquer convocação e prestar todo e qualquer esclarecimento. Como qualquer angolano ou angolana, tenho o dever de cumprir a lei e prestar contas se estiver a agir fora da lei”, disse Isabel dos Santos, questionada pela Lusa, em Luanda, à margem de uma iniciativa oficial da Sonangol.
A presidente do conselho de administração da Sonangol garantiu que a sua competência profissional não está em causa para as funções que assumiu, de liderar e conduzir o processo de reestruturação da Sonangol, criticando o que classificou como “intrigas políticas” em “período pré-eleitoral” em Angola, tendo em conta as eleições gerais de 2017.
“Garanto que a minha determinação em conduzir com sucesso esta missão não está em nada diminuída e tenho confiança que levarei a Sonangol a bom porto”, acrescentou, recordando os 20 anos de actividade como empresária e as funções de administradora de empresas “cotadas na bolsa na Europa”.
“Fui gestora de topo de várias empresas em Angola, o meu currículo fala por si”, afirmou Isabel dos Santos, considerada a mulher mais rica de África, colocando de parte a sua saída da Sonangol, contrariando rumores que há vários dias circulam, publicamente, em Luanda, sobre uma alegada gravidez de risco.
São 12 os advogados que assinam a petição que deu entrada no Tribunal Supremo, em Luanda, a 10 de Junho, colocando em causa a legalidade da decisão de nomeação da empresária pelo seu pai e chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, e pedindo a suspensão da mesma.
Para estes juristas, a nomeação viola a Lei da Probidade Pública (sobre o exercício de funções públicas), de 2010, e envolve uma queixa na Procuradoria-geral da República, subscrita pelos mesmos.
“Eu não cheguei a ir a tribunal, mas como disse estou disponível para prestar qualquer esclarecimento. E se for citada, aceitarei a citação”, afirmou Isabel dos Santos, que tomou posse como presidente do conselho de administração da Sonangol a 6 de Junho.
“Só o facto de o tribunal ter aceitado a providência, para nós já um passo muito importante. Porque ao aceitar, no mínimo tem razoes bastantes para não a indeferir e pela primeira vez vamos ter a possibilidade de um tribunal indagar um Presidente por um ato por ele praticado”, explicou, em Outubro, o advogado David Mendes.
Estes advogados alegam que “ao ter permitido que a sua filha fosse nomeada”, o presidente terá cometido “uma improbidade pública” e que “devia ter-se abstido, como manda a lei”.
“É uma questão de protagonismo por parte dos instigadores desta acção (…) O período económico difícil que todos nós atravessamos devíamo-nos deixar focar muito mais na resolução dos nossos problemas da crise financeira”, retorquiu Isabel dos Santos, ao falar pela primeira vez sobre este caso.
“Constato que os instigadores desta acção, como o senhor David Mendes, até à data se reivindicavam fazer parte da sociedade civil, no entretanto revelaram que são actores políticos e que são membros activos dos partidos políticos da oposição, como a CASA-CE. E claramente, a meu ver, estão à procura de protagonismo para as suas campanhas eleitorais”, acusou a filha do chefe de Estado angolano e líder do MPLA.
Alguns sectores da sociedade civil pretendem realizar a 26 de Novembro, em Luanda, uma manifestação contestando a falta de decisão sobre a providência cautelar contra a nomeação de Isabel dos Santos.
Isabel dos Santos também manifestou-se através das Redes Sociais. Veja abaixo a publicação da empresária.

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