Presidente chinês elogia combate à corrupção e reformas de João Lourenço
O Presidente chinês, Xi Jinping, enalteceu o combate à corrupção e reformas «profundas» lançadas pelo homólogo angolano, João Lourenço, durante um encontro no Grande Palácio do Povo, em Pequim.
«Após ser eleito Presidente, [João Lourenço] impulsionou reformas profundas, combateu a corrupção e abriu-se ao mundo, com políticas que têm o apoio do povo angolano», afirmou Xi. «Angola está a conseguir acelerar o seu desenvolvimento e acredito que vai registar progressos ao longo dos próximos anos», acrescentou.
João Lourenço foi recebido hoje, em Pequim, por Xi Jinping, com guarda de honra, salvas de canhão e o hino dos dois países tocado por uma banda militar. A cerimónia decorreu junto à porta leste do Grande Palácio do Povo, de frente para a Praça Tiananmen, o centro físico e político da capital chinesa.
Os dois estadistas reuniram-se a seguir num dos salões do Grande Palácio do Povo, onde assistiram à assinatura de acordos para evitar a dupla tributação e de cooperação económica e técnica, e uma linha de crédito de 3.000 milhões de dólares, disponibilizada pelo Banco de Desenvolvimento da China.
Os dois lados assinaram ainda um memorando de entendimento para formação de recursos humanos. João Lourenço sublinhou a «reação encorajadora e disponibilidade» de Pequim para financiar a construção de infraestruturas em Angola, nomeadamente estradas, caminhos de ferro, barragens, portos e aeroportos.
«Devo sublinhar que temos procurado apresentar projetos que possam contribuir para o crescimento económico de Angola, e melhorar a sua capacidade de reembolsar os créditos que recebe», afirmou.
Lourenço, que tomou posse como chefe de Estado angolano a 26 de setembro de 2017, lembrou ao homólogo chinês que Angola vive uma «nova era com maior abertura ao mundo, maiores direitos e liberdades para os seus cidadãos» e «maior transparência e concorrência nos negócios», com «menos burocracia e mais combate à corrupção».
O líder angolano enfatizou ainda a importância do investimento privado chinês em Angola, numa relação que tem sido dominada pela aliança entre os dois Estados.
«Considero que este será um importante fator dinamizador da economia e do desenvolvimento do nosso país, por via da geração de recursos, aumentando a produção interna de bens e serviços de consumo e as exportações, que nos permitirão fortalecer a capacidade interna de geração de divisas», disse.
Trata-se da segunda visita de João Lourenço a Pequim no espaço de 40 dias, depois de ter participado na terceira cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), no início de setembro.
A China é hoje o maior cliente do petróleo angolano e, depois de a guerra civil em Angola ter acabado, em 2012, tornou-se um dos principais atores da reconstrução do país, nomeadamente das suas estradas, caminhos de ferro e outras infraestruturas.
Segundo estimativas da China Africa Research Initiative, da Universidade Johns Hopkins, desde 2000, Angola recebeu um total de 42 mil milhões de dólares (36,6 mil milhões de euros) em crédito chinês.
O programa do Presidente angolano na China inclui ainda uma deslocação a Tianjin, o maior porto do norte do país, a cerca de 150 quilómetros da capital, e uma visita ao Centro Tecnológico da gigante de telecomunicações chinesas Huawei, no norte de Pequim.